Procedimentos de ELISA são ensaios rotineiros utilizados para detecção de antígenos de interesse analítico. No entanto, quando tais antígenos tratam-se de proteínas de membrana, previamente solubilizadas na presença de detergentes, a tarefa torna-se desafiadora.
Para entender esse desafio, é primeiro preciso entender como as proteínas são imobilizadas nas placas de ELISA: “As principais interações que permitem a imobilização de proteínas em placas de poliestireno são interações hidrofóbicas entre regiões apolares da proteína e os grupamentos benzênicos do plástico. Na presença de detergentes, tais interações hidrofóbicas são comprometidas” .
Um estudo investigou a influência de diversos detergentes na eficiência da imobilização: Foi verificado que o uso de vários detergentes em concentrações iguais ou maiores que a sua CMC (concentração micelar crítica) dificultou a imobilização proteica. No entanto, se concentrações 10 a 100 vezes menores que a CMC forem usadas, foi possível conquistar efetiva imobilização proteica na placa mesmo na presença do detergente.
É claro que tal influência depende da natureza da proteína, e algumas são mais sensíveis à presença do detergente.
De uma forma resumida, o estudo mostra que se utilizado um detergente com elevado valor de CMC, as proteínas tendem a ser mais eficientemente imobilizadas. Além disso, quanto menor a concentração utilizada, melhores tendem a ser os resultados.
Então, quando não há outra alternativa, e o uso do detergente é indispensável para manutenção da estrutura tridimensional da proteína a ser analisada pelo método de ELISA, escolha bem o detergente e sua concentração de uso para garantir uma efetiva imobilização e sucesso de análise !